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Médicos assinam carta ao governador catarinense, defendendo a cloroquina e ivermectina para casos iniciais de Covid-19

Um grupo de 300 médicos de Santa Catarina assina uma carta que será entregue ao governador Carlos Moisés (PSL) e ao secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, pedindo que o Estado estabeleça um protocolo de tratamento precoce para o novo coronavírus, para ser aplicado em fases iniciais da doença. A proposta dos médicos inclui cloroquina, hidroxicloroquina, vitaminas e o vermífugo ivermectina.

A carta afirma que os médicos estãoextremamente preocupados com a rápida evolução da infecção e da necessidade de internação hospitalar”, e avalia que o tratamento de casos iniciais poderia reduzir a necessidade de internação.

O documento diz queExistem evidências científicas no Brasil e fora do Brasil do possível benefício do tratamento precoce com várias medicações e medidas preventivas, como série de casos e estudos retrospectivos”. Reconhece, no entanto, que “não existem, ainda, as evidências consideradas hierarquicamente como superiores, com estudos randomizados, duplo-cegos, mas esse momento exige que façamos o tratamento conforme o que temos de evidências disponíveis até então”.

A carta não estabelece tratamento preventivo, ou seja, para pessoas que não estão doentes – apenas para casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) de Santa Catarina emitiu uma nota, no dia 29 de junho, em que defende a autonomia do médico para receitar tratamento precoce para Covid-19. “Recomenda que a população tenha acesso a avaliação médica no início do quadro, pedindo aos gestores que envidem esforços para que médicos e pacientes que desejarem fazer uso de tratamento médico precoce tenham os meios necessários para fazê-lo”, afirma a nota.

Oficialmente, órgãos de saúde como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não reconhecem o coquetel para o tratamento da covid-19. Entidades médicas já se manifestaram contrárias ao uso dos medicamentos.

No dia 30 de junho, a Sociedade Brasileira de Infectologia publicou uma nota pública em que alerta sobre a prescrição de substâncias que ainda não foram suficientemente testadas. “Muitos dos medicamentos que demonstraram ação antiviral in vitro (laboratório) não tiveram o mesmo benefício in vivo (seres humanos). Só estudos clínicos permitirão definir seu benefício e segurança na covid-19″.

Um dia antes, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia publicou que “não existem evidências científicas de que quaisquer das medicações disponíveis no Brasil, tais como ivermectina, cloroquina ou hidroxicloroquina, isoladas ou associadamente, colaborem para melhor evolução clínica dos casos”. Afirmou, ainda, que “redes sociais não são textos médicos e, com frequência, transmitem informações infundadas, impulsionadas por interesses obscuros”.

Em Balneário Camboriú, a adoção do protocolo de tratamento causou mal-estar entre alguns médicos, e pelo menos três teriam se afastado do comitê que coordena as ações de combate ao coronavírus na cidade. Entre eles, a então presidente do grupo, Rosalie Knoll.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) enviou ao CRM um questionamento sobre a mudança no modelo de atuação. A promotoria afirma haver indícios de que a alteração de protocolo em Balneário Camboriú pela prefeitura tenha “influência religiosa e política”.

O pedido diz que não é intenção do MPSC analisar protocolos médicos, mas afirma ser preocupante que “o exercício da medicina possa sofrer qualquer tipo de influência que venha a ferir posições científicas e éticas dos médicos”.

Créditos das informações e matéria: Grupo NSC

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