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Tarifaço de Trump pode desempregar milhares de pessoas em SC, avalia FIESC

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(foto: divulgação/FIESC)

A nova rodada de tarifas anunciada pelo governo de Donald Trump, que elevou em até 50% os impostos sobre produtos exportados aos Estados Unidos, já projeta impactos pesados na economia catarinense. Um estudo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) indica que os efeitos mais graves devem atingir regiões com pouca diversificação produtiva e forte dependência do mercado americano.

Segundo o levantamento, a Serra aparece como a mais vulnerável, especialmente pela predominância das cadeias madeireira e moveleira. Mesmo no cenário considerado otimista, a região pode registrar retração de 0,53% no PIB, conforme avaliação do economista-chefe da entidade, Pablo Bittencourt. A queda tende a agravar a estagnação econômica e estimular a migração populacional.

As simulações apontam reduções de 30%, 50% e 70% nas exportações catarinenses aos EUA. No quadro mais severo, a perda de 70% das vendas externas representaria o corte de mais de 100 mil postos de trabalho no estado em um período de dois a quatro anos.

O Norte também sofreria impactos relevantes, mas a concentração de indústrias em Joinville e Jaraguá do Sul ajudaria a reduzir os prejuízos. O Vale do Itajaí, por outro lado, teria efeitos significativos em cidades exportadoras de madeira, como Presidente Getúlio, e no setor metalmecânico, como Blumenau e Pomerode.

No Sul, a diversidade econômica, com exportações de cerâmica, químicos e mel, funcionaria como amortecedor, embora Braço do Norte, especializado em molduras, registrasse perdas mais intensas. O Oeste, por sua vez, ficaria vulnerável devido à dependência da madeira em municípios como Caçador, Passos Maia e Vargeão, e da produção de suco de maçã em Videira e Fraiburgo.

A Grande Florianópolis sentiria efeitos mínimos em curto prazo, mas, em cenários mais duros, poderia enfrentar reflexos indiretos com queda na renda dos setores de serviços e comércio.

De acordo com a Fiesc, um corte de 30% nas exportações em até dois anos resultaria em retração de R$ 1,2 bilhão no PIB catarinense, redução de cerca de 20 mil empregos e perda de R$ 171,9 milhões na arrecadação de ICMS. Entre os municípios mais suscetíveis aos impactos estão Salete, Capão Alto, Itá, Benedito Novo e Caçador.

*Com informações ND Mais