Durante o mês de outubro, o mundo se veste de rosa para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Em Fraiburgo, além de abordar a saúde física, a Secretaria Municipal de Saúde tem ampliado o debate para outro tema essencial: a saúde mental da mulher.
Em entrevista concedida à Rádio Fraiburgo, a psicóloga Luciane Esquelsen Ogliari, da Secretaria de Saúde, destacou que o autocuidado emocional é parte fundamental da prevenção e do bem-estar geral. “Cuidar da mente é cuidar da vida. Precisamos olhar para a saúde mental como algo tão importante quanto os cuidados com o corpo”, ressaltou.
Segundo Luciana, muitas mulheres vivem uma rotina intensa, conciliando trabalho, casa, filhos, estudos e relacionamentos — o que frequentemente resulta em sobrecarga emocional e cansaço extremo. “Essa rotina pode gerar sintomas de ansiedade, irritabilidade e até quadros depressivos. É o corpo e a mente pedindo uma pausa”, explicou.
Entre as principais orientações, a psicóloga destacou a importância de manter hábitos saudáveis, como boa alimentação, prática regular de atividades físicas e momentos de descanso. Ela também enfatizou que o autocuidado não deve ser visto como egoísmo, mas sim como uma necessidade. “Tirar um tempo para si é merecimento. É uma forma de recarregar as forças para continuar cuidando de quem amamos”, afirmou.
Luciana lembrou ainda que valorizar as conquistas pessoais, cultivar relações afetivas saudáveis e conversar com pessoas de confiança são atitudes que fortalecem a saúde emocional. “Nem sempre conseguimos dar conta de tudo. É importante aprender a dizer ‘não’ quando necessário e dividir responsabilidades”, orientou.
Outro ponto abordado foi o impacto das redes sociais na vida emocional das mulheres. O excesso de informações, comparações e a busca por padrões de perfeição podem aumentar os níveis de ansiedade. A psicóloga recomenda pausas digitais e atenção ao tempo gasto nas plataformas.
Luciana também destacou que conhecer o próprio corpo e respeitar os ciclos hormonais ajuda a compreender melhor as emoções. Ela defendeu a prática da autocompaixão, ou seja, tratar-se com o mesmo carinho e compreensão que se teria com uma amiga. “Erros e dias difíceis fazem parte da vida, e precisamos aprender a nos acolher nesses momentos.”
Por fim, a psicóloga reforçou a importância de buscar ajuda profissional quando o autocuidado não é suficiente. “Se sentir que precisa, procure a unidade de saúde. Converse com a enfermeira ou o médico, que podem encaminhar para atendimento psicológico”, orientou.
Encerrando a entrevista, Luciana deixou uma mensagem que sintetiza o espírito do Outubro Rosa: “O Outubro Rosa é mais do que uma cor. É um lembrete para o autocuidado por inteiro — do corpo, da mente e do coração. E esse cuidado deve durar o ano todo.”
