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    Rádio Fraiburgo 95.1

Opositores de Nicolás Maduro são presos por agentes do governo

CAMPANHA JULHO AMARELO

Na Venezuela, agentes do Serviço de Inteligência do governo de Nicolás Maduro sequestraram María Oropeza, uma dirigente da oposição, durante uma transmissão ao vivo. O incidente ocorreu quando um grupo de homens invadiu o local, interrompendo a transmissão antes de levá-la. As informações foram veiculadas na edição desta quarta-feira (07), durante o Jornal Nacional, da TV Globo.

O partido Vente Venezuela denunciou que os sequestradores pertenciam à Direção de Contra-Inteligência Militar, um órgão que atua como suporte das Forças Armadas, e não apresentaram nenhuma ordem judicial durante a ação. María Oropeza é conhecida por liderar a campanha da oposição na região central do país. Até o momento, o governo venezuelano não se manifestou sobre o ocorrido.

Em meio ao clima de tensão, Edmundo González, candidato da oposição, não compareceu à Suprema Corte nesta quarta-feira (7), temendo pela sua segurança. Ele havia sido convocado para apresentar explicações e documentos relacionados às recentes eleições, que foram alvo de críticas.

Na terça-feira (6), Nicolás Maduro afirmou que as forças armadas haviam detido 2.229 pessoas, que foram rotuladas de terroristas. Segundo a organização não-governamental Provea, 24 pessoas morreram em protestos desde as eleições.

A líder da oposição, Maria Corina Machado, concedeu uma entrevista ao jornal “O Globo”, na qual declarou ter 83,5% das atas eleitorais e está disposta a entregá-las ao Brasil e a qualquer governo que possa validar os documentos.

Dez dias após as eleições, a diplomacia entre Brasil, Colômbia e México ganhou força, com os três países defendendo a divulgação das atas de votação como ponto de partida para um diálogo entre o governo de Maduro e a oposição. Em conversas recentes, Estados Unidos e países da União Europeia expressaram apoio a essa estratégia, a fim de evitar um aumento da violência.

Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil, condenou as prisões de opositores e reiterou a importância da divulgação das atas. Ele defendeu o diálogo entre o governo e a oposição e expressou preocupação com a possibilidade de uma guerra civil na Venezuela.