Na Venezuela, agentes do Serviço de Inteligência do governo de Nicolás Maduro sequestraram María Oropeza, uma dirigente da oposição, durante uma transmissão ao vivo. O incidente ocorreu quando um grupo de homens invadiu o local, interrompendo a transmissão antes de levá-la. As informações foram veiculadas na edição desta quarta-feira (07), durante o Jornal Nacional, da TV Globo.
O partido Vente Venezuela denunciou que os sequestradores pertenciam à Direção de Contra-Inteligência Militar, um órgão que atua como suporte das Forças Armadas, e não apresentaram nenhuma ordem judicial durante a ação. María Oropeza é conhecida por liderar a campanha da oposição na região central do país. Até o momento, o governo venezuelano não se manifestou sobre o ocorrido.
Em meio ao clima de tensão, Edmundo González, candidato da oposição, não compareceu à Suprema Corte nesta quarta-feira (7), temendo pela sua segurança. Ele havia sido convocado para apresentar explicações e documentos relacionados às recentes eleições, que foram alvo de críticas.
Na terça-feira (6), Nicolás Maduro afirmou que as forças armadas haviam detido 2.229 pessoas, que foram rotuladas de terroristas. Segundo a organização não-governamental Provea, 24 pessoas morreram em protestos desde as eleições.
A líder da oposição, Maria Corina Machado, concedeu uma entrevista ao jornal “O Globo”, na qual declarou ter 83,5% das atas eleitorais e está disposta a entregá-las ao Brasil e a qualquer governo que possa validar os documentos.
Dez dias após as eleições, a diplomacia entre Brasil, Colômbia e México ganhou força, com os três países defendendo a divulgação das atas de votação como ponto de partida para um diálogo entre o governo de Maduro e a oposição. Em conversas recentes, Estados Unidos e países da União Europeia expressaram apoio a essa estratégia, a fim de evitar um aumento da violência.
Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil, condenou as prisões de opositores e reiterou a importância da divulgação das atas. Ele defendeu o diálogo entre o governo e a oposição e expressou preocupação com a possibilidade de uma guerra civil na Venezuela.