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    Rádio Fraiburgo 95.1

Suspeita de envenenar bolo em Torres é apontada como assassina em série pela polícia

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Foto: Reprodução/Metrópoles

A delegada Sabrina Deffente, responsável pela investigação do caso de envenenamento em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, classificou a suspeita Deise Moura dos Anjos, presa na última semana, como uma assassina em série. “Há fortes indícios de que a suspeita tenha cometido outros envenenamentos a pessoas próximas”, afirmou Deffente em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (10).

O crime investigado, ocorrido em 23 de dezembro de 2024, chocou o país. Um bolo servido durante uma confraternização familiar estava contaminado com arsênio, causando a morte de três pessoas e a internação de outras três, incluindo a sogra de Deise, que preparou o doce sem saber que a farinha havia sido envenenada.

Uma trajetória de crimes

Segundo a delegada, o histórico de crimes da suspeita remonta ao assassinato de seu sogro, em setembro de 2024, também por envenenamento com arsênio. “Ela tentou de todas as formas realizar a cremação do corpo dele, mas não conseguiu. Isso já demonstrava sua preocupação em apagar rastros”, detalhou Deffente.

A suspeita mantinha uma postura calculista, segundo os investigadores. “Deise é tão dissimulada que, mesmo com desavenças familiares, ela manifestava um interesse súbito em se reaproximar, dizendo sentir saudades da sogra. Pouco tempo depois, o veneno foi adquirido e utilizado”, explicou a delegada.

O delegado Marcos Veloso reforçou o perfil frio da suspeita: “Ela mantém a calma em qualquer situação, com respostas na ponta da língua. A interação com ela parecia mais uma conversa casual do que um interrogatório.”

Relembre o caso

  • Data do crime: 23 de dezembro de 2024;
  • Local: Confraternização familiar em Torres, RS;
  • Vítimas fatais: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65, Maida Berenice Flores da Silva, 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47;
  • Feridos: Três pessoas hospitalizadas, incluindo uma criança que já recebeu alta;
  • Motivação: Conflitos familiares de mais de 20 anos entre Deise e sua sogra, Zeli Terezinha Silva dos Anjos, 61, que preparou o bolo envenenado sem saber;
  • Método: Arsênio misturado à farinha usada na preparação do bolo;
  • Descoberta do veneno: Exames em sangue, urina e conteúdo estomacal das vítimas confirmaram a presença da substância tóxica.

O caso trouxe à tona uma investigação ainda mais complexa. O corpo do sogro de Deise foi exumado, e análises confirmaram que sua morte também foi causada por envenenamento com arsênio.

Uma rede de mortes planejadas

As autoridades trabalham agora para identificar outras possíveis vítimas e entender o alcance dos atos de Deise. A suspeita segue detida enquanto a investigação avança.

O caso chocou a comunidade local e reacendeu discussões sobre os métodos de detecção de envenenamentos e a importância de apurações detalhadas em casos de mortes suspeitas.

Com informações Metrópoles