Há 100 anos os Estados Unidos impuseram uma proibição nacional à produção e venda de todos os tipos de álcool.
A Lei Seca, que durou de 17 de janeiro de 1920 a dezembro de 1933, agora é vista como um experimento fracassado que glamourizava o consumo ilegal de álcool, mas existem vários paralelos intrigantes nos tempos atuais.
Os americanos estão consumindo mais álcool per capita agora do que no período que antecedeu a lei, quando os oponentes ao álcool argumentaram com sucesso que o consumo excessivo estava arruinando a vida familiar.
A Lei Seca entrou em vigor em 1920, com o objetivo de salvar o país de problemas relacionados à pobreza e violência. A Constituição americana estabeleceu em 18ª emenda, a proibição, a fabricação, o comércio, o transporte, a exportação e a importação de bebidas alcoólicas.
Pois para o governo todos os males vividos pelo país tinham apenas o álcool como agente causador. Essa lei vigorou por 13 anos, foi considerada o maior fracasso legislativo de todos os tempos nos Estados Unidos.
O efeito causado pela lei foi totalmente contrário do que era esperado, ao invés de acabar com o consumo de álcool, com os problemas sociais, entre outros, a lei gerou a desmoralização das autoridades, o aumento da corrupção, explosões da criminalidade em diversos estados e, o enriquecimento das máfias que dominavam o contrabando de bebidas alcoólicas.
O ponto de encontro das pessoas que queriam beber era os speakesies, ou seja, bares clandestinos localizados no subterrâneo, com o objetivo de não chamar atenção.
Argumentando que a legalização das bebidas geraria mais empregos, elevaria a economia e aumentaria a arrecadação de impostos, os opositores do então presidente norte-americano Franklin Roosevelt, o convenceram a pedir ao Congresso que legalizasse a cerveja.
Hei, Al Capone, vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de rendaHei, Al Capone, vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguentaRaul Seixas
Com isso, em 1933 é revogada a emenda constitucional da lei seca. O Ato de Proibição nacional eternizou o nome de várias pessoas, em especial a do grande gângster Al Capone, que comandou o comércio de bebidas alcoólicas em Chicago.
Por mais bizarro ou estranho fato do destino, Al Capone, maior gângster da Lei de Seca, coincidentemente foi preso pelo Fisco Americano e não por seu tráfico de bebidas em Chicago. Ele devia mais de 200 mil dólares para o Imposto e sua razão social constava que ele era “vendedor de antiguidades”.
Uma produção do departamento de jornalismo da Rádio Fraiburgo
Repórteres: Alan Moreira/ Genauro Stefanski/ Rodrigo Mattos/ Flávio Furtado