A crescente conscientização da sociedade em relação a mudanças comportamentais acelera transformações na gestão de pessoas no meio corporativo. As empresas, como parte integrante da sociedade, adotam políticas de diversidade, equidade e inclusão para assegurar representação justa e igualdade de oportunidades, independentemente de gênero, raça, orientação sexual, deficiência, idade ou origem étnica. O tema passou a ser discutido nos mais diferentes estudos sobre gestão de pessoas, como é o caso do relatório da McKinsey – “A diversidade importa cada vez mais: o valor do impacto holístico”, o qual reforça que o papel da diversidade tornou-se uma estratégia crucial para aumentar criatividade, inovação e mesmo de desempenho financeiro.
Ainda falta muito para que a maioria das empresas compreenda plenamente o impacto da representatividade e da inclusão, mas cresce o número de organizações que revisam seus modelos de gestão de pessoas. A visão homogênea e excludente, que ainda persiste em alguns meios, vem sendo substituída pela valorização da diversidade. Esse olhar reconhece que cada pessoa, com suas particularidades, oferece contribuições valiosas, e as empresas devem facilitar esse processo.
Criar valor a longo prazo vai além de reconhecer as diferenças: é necessário encará-las como um ativo estratégico. Toda a organização deve comprometer-se com uma cultura de respeito às diferenças. O levantamento Tendências de Diversidade e Inclusão 2024, da Great Place To Work, reafirma que diversidade e inclusão são prioridades estratégicas para 66,8% dos entrevistados no Brasil. O principal desafio é engajar as lideranças.
A mudança deve começar de dentro para fora, e todos precisam estar conscientes de seu papel para um ambiente inclusivo. Quando percebem que a empresa adota e pratica esses valores, os colaboradores sentem-se mais motivados a contribuir e se inserir neste mesmo caminho.
O que percebo é que, cada vez mais, investir na construção de um ambiente inclusivo e respeitoso favorece equipes com maior potencial para impulsionar inovação, produtividade e competitividade. Quando olhamos para diferentes modelos de negócio e de trabalho, a constatação é sempre a mesma: é preciso criar um local em que todos se sintam seguros e confortáveis para se expressar livremente. A comunicação transparente é fundamental para todos estejam cientes das políticas e iniciativas da empresa nessa área – e assim, sob a ótica da diversidade, ter uma organização inovadora, competitiva e sustentável a longo prazo.
Fabiano Alves de Oliveira *
* Diretor de Pessoas, Estratégia e Gestão na Irani Papel e Embalagem