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Falta de conexão com a internet afasta jovens da escola e do emprego

A crise agravada pela pandemia deixou de fora do mercado de trabalho uma parte significativa da população brasileira que está em idade ativa. O percentual de jovens de 20 a 29 anos que não estão trabalhando nem estudando atingiu o maior patamar já registrado. Um dos motivos é a falta de acesso à internet.

“Já era difícil. Agora, por causa da pandemia, ficou mais difícil ainda. Às vezes não tem dinheiro para poder fazer um currículo. Aí quando faz, anda tudo entregando e ninguém chama”, explica Luiz Guilherme de Oliveira, que está desempregado.

Sobre a situação do jovem brasileiro, Pedro Henrique da Silva diz: “Não trabalha, não estuda, não tem como fazer um biscate para ganhar um dinheiro, não faz nada. Tudo parado. O coronavírus parou com a nossa vida.”

Mais de um terço dos jovens brasileiros entre 20 a 29 anos não está trabalhando e nem estudando. Essa é a taxa mais alta registrada na história, de acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas. E, para agravar, a dificuldade de acesso à internet tem sido mais um obstáculo para essa parcela da população

É o caso de Igton, de 23 anos. Desempregado, ele sobrevive com o básico e a busca por um emprego ficou mais difícil. Sem dinheiro ele não tem acesso à internet nem pelo telefone.

“Sem internet não tem como eu saber. Antes, eu tinha internet em casa, eu entrava nos sites para saber onde tinha vaga para poder ir atrás dos empregos. Agora fica muito mais difícil”, disse Igton Ladislau.

Para o economista Marcelo Neri, autor do estudo, hoje a internet é determinante para a entrada dos jovens no mercado de trabalho.

“Hoje em dia a internet, principalmente para o jovem, é um elemento fundamental de inserção trabalhista. Aquele que não tem internet, não consegue trabalhar. Vamos ver cicatrizes na vida trabalhista do jovem. O problema é que essa crise deixa sequelas”, afirma Neri.

Entre os ocupados nas classes A e B, quase 93% estão trabalhando de casa, enquanto nas classes E, a mais pobre, só 24% conseguem trabalhar de casa remotamente. O que seria impossível para o Wesley, de 28 anos.

“Solução são duas. Primeiro: inclusão digital para todos. Fazer uma internet livre é absolutamente importante e barato. Dois: aproveitar a oportunidade, porque o jovem não está conseguindo trabalhar e ele deveria estar estudando. E, neste aspecto, a internet é fundamental para dar cursos, para permitir a ele buscar empregos. Então, a internet em época de pandemia é o que permite ele fazer atividades e fazer isolamento social, que é o que a gente mais precisa hoje.”

Fonte: JN

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