Neste mês de mobilização pelo enfrentamento da violência contra as mulheres, o Agosto Lilás, diversas ações são realizadas para tratar do tema e discutir a aplicação da Lei Maria da Penha, cujo mote é a proteção às mulheres vitimadas pela violência doméstica. Na comarca de Videira, no Meio-Oeste, o evento “Papo Expresso com elas” destinou-se a refletir sobre a promoção de direitos a todas as pessoas e a superação de práticas de discriminação e preconceito, sobretudo no que diz respeito aos conflitos que envolvem mulheres. As informações são do TJSC.
Neste sentido, a abordagem disparadora e a mediação da servidora Cátia Diogo, que integra o Coletivo Valentes e Coletivo de Negras(os) do Judiciário catarinense, se deram a partir de breve explanação sobre o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O tema foi abordado numa formação ocorrida no mês de junho, na qual Cátia e as oficiais de justiça Sônia Santos e Cristiane Silva estiveram presentes.
A servidora explica que a ideia foi instigar as mulheres, colaboradoras, estagiárias e servidoras, a repensar como concepções históricas e socialmente construídas influenciam e afetam a percepção das pessoas e das situações nos diferentes contextos, inclusive a formação e reprodução de estereótipos de gênero. “As participantes partilharam experiências pessoais e dos seus contextos de trabalho, e como podemos avançar para o conhecimento e acolhimento de situações em que há risco para as mulheres”, conta Cátia.
Na unidade judiciária, as servidoras entendem que o debate não se esgota, mas que são necessárias reflexões e partilhas entre as colegas no intuito de projetar a superação de uma cultura de violência. A servidora Cátia pontuou a relevância do evento local. “Enquanto mulheres, precisamos nos inteirar dos aspectos gerais das diretrizes e dos princípios acerca do protocolo, cientes de que impactam na nossa vida pessoal e nas relações sociais, principalmente no cotidiano das trabalhadoras e daquelas mulheres que acessam o Judiciário”, disse.
O bate-papo, conforme Cátia, refletiu a seriedade com que as trabalhadoras encaram as posturas e o tratamento dispensado como parte de uma instituição que tem priorizado o tratamento equânime de todos os que acessam os serviços da Justiça. Outras servidoras pontuaram a pertinência de mais momentos formativos e de pensar nossa constituição como sujeitos sociais, e ainda como podemos criar uma cultura de acolhimento e ponderação sob as mais diversificadas óticas. Houve ainda a sugestão pelas participantes de outros temas relativos e potentes para ampliar o cuidado com as mulheres trabalhadoras e as que são atendidas pelo Judiciário. Além disso, da possibilidade de buscar ajuda e recorrer aos canais institucionais de apoio e acolhimento quando for necessário.
O “Papo Expresso com elas”, proposto pela servidora, contou com a anuência do juiz diretor do foro, Júlio César de Borba Mello, e dos magistrados da comarca. Ainda, com o apoio da secretária do foro, Luciane Galvan, e do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Catarinense, que agraciou o momento de acolhimento com um café especial para as participantes.