Em entrevista à Rádio Fraiburgo, o médico psiquiatra Dr. Cássio da Silva falou sobre um dos temas mais discutidos da atualidade: a ansiedade. Segundo ele, o transtorno é cada vez mais comum e afeta pessoas de todas as idades, sendo considerado um dos grandes desafios da vida moderna.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro pessoas no mundo apresenta algum tipo de transtorno ansioso. Para o especialista, a ansiedade tem origem em um mecanismo natural do ser humano, ligado ao instinto de sobrevivência. “Desde os tempos primitivos, a ansiedade servia para nos manter alertas diante de situações de perigo. O problema é que, hoje, nosso cérebro continua reagindo da mesma forma, mesmo sem ameaças reais”, explicou.
Entre as principais causas da ansiedade na atualidade, o Dr. Cássio destaca a busca incessante por produtividade. “Vivemos em uma sociedade que valoriza o rendimento constante. Muitas pessoas recorrem a medicamentos estimulantes para manter o foco e acabam entrando em um ciclo perigoso de uso de remédios para produzir durante o dia e para dormir à noite. Isso pode levar ao burnout, quando o corpo e a mente chegam ao limite”, alertou.
O tratamento, segundo ele, deve considerar a realidade de cada paciente. Em alguns casos, há necessidade de medicação, mas o foco principal deve estar na mudança de hábitos. “O ideal é buscar equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Isso envolve acompanhamento médico e psicológico, prática de exercícios, boa alimentação e cuidado com a saúde emocional”, orientou.
O médico ressalta ainda que a ansiedade não tem idade: afeta homens, mulheres, crianças e adolescentes. “Entre os mais jovens, um fator preocupante é a influência das redes sociais. Muitos adolescentes se comparam com figuras públicas e acabam frustrados por não alcançar padrões irreais. Além disso, a falta de estrutura familiar e o abandono parental são fatores que agravam esse quadro”, observou.
Para finalizar, o Dr. Cássio reforçou a importância de procurar ajuda profissional e evitar soluções genéricas. “Cada pessoa é única. O que funciona para um, pode não funcionar para outro. Por isso, é essencial buscar um especialista para orientar o tratamento adequado”, concluiu.


