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    Rádio Fraiburgo 95.1

Lavouras em estágios iniciais começam manejo da cigarrinha-do-milho

O quinto boletim de monitoramento da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina aponta um aumento significativo no número de insetos infectados por patógenos causadores dos enfezamentos, principalmente em lavouras de milho em estágio inicial. Diante deste cenário, a principal recomendação aos produtores é a adoção de estratégias de manejo, como o uso de sementes tratadas e a aplicação foliar de inseticidas.

A orientação vem de Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, pesquisadora da Epagri, que realiza as análises dos insetos capturados. Ela ressalta a importância de os produtores de milho seguirem atentamente as instruções presentes na bula dos produtos químicos a serem utilizados para garantir um manejo adequado e eficaz. “Um bom planejamento no uso dos químicos é essencial”, reforça a pesquisadora.

Os espécimes coletados são enviados a laboratórios, onde são analisados para detectar a presença de quatro patógenos que compõem o complexo dos enfezamentos do milho: fitoplasma do enfezamento vermelho, espiroplasma do enfezamento pálido, vírus do rayado fino e vírus do mosaico estriado. O boletim apresenta tanto o número de cigarrinhas capturadas por armadilha quanto o nível de infectividade dos insetos.

De acordo com Maria Cristina, a maioria das lavouras catarinenses ainda está em fase de entressafra, resultando em uma média estadual de apenas 2,65 cigarrinhas capturadas por armadilha. No entanto, nas áreas onde o milho começou a ser semeado, já se observa um aumento no número de insetos.

Uma das principais preocupações atuais é a presença do fitoplasma do enfezamento vermelho, detectado recentemente em municípios como Guatambu e Chapecó, na região Oeste do estado. Em contrapartida, o espiroplasma, outro agente associado ao enfezamento, não foi encontrado em nenhuma semana de monitoramento, o que é visto como um bom sinal. Além disso, o vírus do rayado fino, comum em milharais de Santa Catarina, também não tem sido detectado. No entanto, o vírus do mosaico estriado, um patógeno menos conhecido, apareceu com frequência nas análises de laboratório.

Além das medidas indicadas para o manejo nas áreas de semeadura, a pesquisadora destaca a importância de eliminar o milho voluntário, também chamado de guaxo ou tiguera, que surge espontaneamente durante a entressafra e pode servir de abrigo para a cigarrinha.

A infestação por cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode causar graves perdas nas lavouras de milho. Para acompanhar a situação e auxiliar no controle, foi criado em 2021 o programa Monitora Milho SC, uma iniciativa do Comitê de Ação contra a Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto por diversas entidades como Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.

Por Epagri/Ciram

O monitoramento da cigarrinha-do-milho deste ano teve início entre os dias 5 e 9 de agosto, ainda na entressafra. O trabalho se estenderá durante toda a safra e safrinha, com a publicação de 40 boletins semanais. Aproximadamente 60 lavouras, distribuídas em diferentes regiões do estado, contam com armadilhas para capturar os insetos.

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